segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

sobre a beleza

Pra começo de conversa:

"beleza: A beleza é uma experiência, um processo cognitivo ou mental, ou ainda, espiritual, relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta. Suas formas são inúmeras, e a ciência ainda tenta dar uma explicação para o processo."

... aí hoje fiquei pensando sobre a beleza, durante mais um dia de trabalho, entre um e-mail e outro. Beleza... Tão cobiçada hoje e sempre. Essa beleza tão magra e elegante, tão seca e, ao mesmo tempo, cheia de rebolado. Não consigo conviver com a beleza. Não, não é que eu me ache linda e não consiga conviver com o monte de buquês de rosas que chegam em minha residência, não... eu não. A beleza com a qual eu não consigo conviver é a beleza da cobrança. Essa beleza que todos te enfiam no cérebro, que você tem por obrigação de alcançar, desde que nasce.

Você tem que ser um bebê fofo, um bebê com risadinhas fofas, olhinhos claros, puxados, amendoadinhos, uma gracinha. Bochechinha fofinha, rosinha, branquinha, molinha, tão gostosinha de apertar. Cabelinho clarinho, lisinho, encaracoladinho, ruivinho...

... essa beleza que é cobrada também depois que você vira criança. Hoje em dia existe até o Teen Fashion pra te provar que, além de uma criança "saudável" (pfuu, quem liga pra isso hoje em dia, não?) e "normal", você tem que ser uma criança bem vestida. Afinal, a moda também atingiu o universo infantil.

E, então, quando já temos cinco anos de saltos nas costas, aos 15 anos, aprendemos que nossos cabelos - que nasceram ondulados - ficam mais "belos" se forem lisos. E descobrimos a chapinha, a "escova japonesa", o secador, a vontade de arrancar e pegar pra você os cabelos lisos naturais daquela menina da sua sala... É, vem tudo junto, acreditem.

Depois disso, você passa seus próximos seis ou sete anos, tentando se auto-afirmar dentro de vários nichinhos bestas, alisando o cabelo, comprando maquiagem, pintando as unhas (ossos que não fazem o menor sentido de estarem onde estão, bizarros, que crescem infinitamente...), passando a roupa antes de sair de casa, comprando brincos...

... É. Depois você percebe que está virando "adulta", passando dos vinte e oito, entrando em crise. Pelo menos você tem um emprego bom e ainda é uma pessoa bonita e bem vestida. Mas... teu namorado te trocou por uma de dezenove. E você pensa em todos aqueles caras que você fez terminar com as namoradas, quando você tinha dezenove. Parabéns, você está recebendo o que as pessoas chamam de "troco da vida". De que adianta ser bela agora?

Eu não vou passar daí. Ainda tenho vinte e um anos e não sei o que é "ser adulta". Estou na fase da auto-afirmação em um grupo, da pintura de ossos bizarros e dos lencinhos no pescoço. Pra que? "Felicidade", "alegria", "auto-aceitação" talvez...? É... difícil quando se trata de beleza. Quando se trata do medo da outra ser mais "bela" que você... mais magra, ter o cabelo mais bonito...

E o cérebro? Bem... este ainda está lá dentro da cabeça, não é mesmo? Em um lugar que ninguém vê. Só esperando a oportunidade pra começar a bombar na tua cabeça que você não foi uma mulher feliz, porque só se preocupou com aquele monte de pelos que o cobriam, do lado externo de sua casca. Eu ainda estou esperando este momento chegar e fazendo de tudo pra mudar o rumo das coisas.

Hoje percebi que a beleza é alguma coisa que a gente não consegue fazer um manual de como ter ou não ter, de onde comprar, de onde mudar a cor... A beleza vem e vai embora de acordo com o seu cérebro, aquele monte de massa horrorosa que fica do lado de dentro daquele monte de pelo que teimamos em alisar todo dia...

Um comentário:

Taira disse...

oi colega! criei um outro blog, vamos ver se da certo...¬¬... linkei vc la, ok?..bjaum*

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