terça-feira, 8 de setembro de 2009

primeiras impressões de um "rolê" urbano de bike (sozinha)...

Sábado passado, do feriado, não fui viajar. Tive que acompanhar uma foto no estúdio da Dani Toviansky, na Vila Anastácio, um pouquinho depois da Lapa. A foto começaria às 9h e a gente deveria chegar lá, por volta de umas 8h, pra montar tudo.

Pensei: "vou de bicicleta, pra treinar esse tal 'código urbano'. Embora tenham poucos carros na rua, por conta do feriado, vai ser uma experiência legal", e lá fui eu com a Carlota (uma Caloi gentilmente emprestada pela Verônica Mambrini, enquanto eu não compro a minha própria bicicleta...) me aventurar pelas ruas de São Paulo.

Como não tive tempo de traçar um caminho tranquilo, fui, por instinto, pelo mesmo caminho que faço de carro. Imagino que, se fosse em um dia "comum", isso teria dado super errado. Enfim, era sábado do feriado, de manhã... A Avenida Paulista foi tranquila pra caramba! Ahhh, se todos os dias e todas as ruas fossem assim... Quase sem ônibus, carros desviando de mim, muito legal. Até que cheguei na Doutor Arnaldo... e aí começa minha aventura.

Comecei me arriscando pela rua, na faixa da direita. Tudo bem, os ônibus me viam, desviavam e tudo mais. Até que me deparei com uma fila de carro estacionados ali na frente das floriculturas, onde existe uma placa "máximo de 15 minutos com o pisca ligado", que parece inexistente... Tive que desviar pra esquerda. Fiz, então, como me ensinaram na Bicicletada: olhe, faça contato visual com o carro, dê seta com a mão avisando que vai entrar e entre, se perceber que ele vai diminuir a velocidade pra que isso aconteça. Só que eles não me explicaram (aliás, eu deveria saber!) que isso tudo tem que acontecer em cinco segundos!

...

FOOOOOOM!!! Tomei minha primeira buzinada. :-( Bom, tudo bem. Recuperei-me do susto e segui em frente, com todos os expectadores das bancas de flores olhando pra mim... Depois disso, subi e desci a Alfonso Bovero - e, infelizmente, descobri que o asfalto dela é péssimo! - e virei à direita na Cotoxó. Eu falei em "asfalto péssimo" aí em cima? É, acho que é porque eu ainda não cheguei na parte da Cotoxó. Gente! Alguém precisa avisar a prefeitura que aquele lugar é intransitável! Eu já havia reparado isso com o carro, mas nunca aquilo me fez tão mal! (a mim e à Carlota... Verônica, se alguma coisa aconteceu com ela, eu me responsabilizo).

Continuando... Depois do suplício da Cotoxó, segui até a Guaicurus, sem maiores problemas. Como eram 7h40 da manhã do sábado do feriado, estava tudo muito tranquilo. Daí até a Vila Anastácio, foi um pulo! ... ou melhor, uma pedalada.

Cheguei no estúdio, a foto rolou tranquilamente, guardamos tudo e... hora de voltar! Simples não? A não ser quando sua bunda dói, suas pernas tremem e sua mão sua só de pensar que tudo aquilo que era descida, agora virou subida! ... :-(

"Laura, se você quer ir em frente com essa coisa toda de trocar o carro pela bicicleta, então enfrenta tudo isso! Porque, depois desse suplício todo, o que vier vai ser fichinha!", pensei. Coloquei o capacete, enrolei minhas coisas num saco plástico (sim, porque estava ameaçando chover) e saí de lá, rumo à minha casa...

Uma hora e quarenta minutos depois, quando eu havia conseguido subir a Catão, a Aurélia e a Heitor Penteado IN-TEI-RAS e cheguei na Doutor Arnaldo, pensei: "CAR*****************LHO! CONSEGUI!" e pedalei freneticamente até em casa pela calçada (sim! pela calçada mesmo. Eu sei que não pode, mas eu já não conseguia raciocinar nem o que eu estava fazendo ali, depois de TANTAS subidas...!). E, para dar um fim triunfal a vocês, leitores, na hora de cruzar a Brigadeiro Luiz Antonio, para entrar no meu prédio, novamente, em cinco míseros segundos, segui todas as instruções dadas a mim na Bicicletada, para mudar de faixa e...

FOOOOOOOOOOOOOOOOM!!!!! de novo! Saco! O cara me viu, mas ficou me forçando! Ai, ai, ai, e pensar que, ha dois anos atrás eu era assim no volante... A gente vai aprendendo né.

Finalmente, cheguei em casa. Guardei a Carlota no bicicletário, subi pro apartamento e tomei banho... e aquela sensação de missão cumprida - e dores no corpo todo - colocou um sorriso em minha mente, que vai ser difícil de esquecer. :-)

Enfim, este foi um sábado de aprendizados, buzinadas e recriação de auto-confiança. Gostei muito da minha primeira aventura urbana não-motorizada. Penso que todo mundo, algum dia na vida, devia passar por isso. Ou pelo menos tentar, sabe...

... e é isso. Vou dormir, porque amanhã o dia vai ser longo.




ps.: agradecimentos especiais pra Jeanne Callegari, Verônica Mambrini e todo mundo que me apoiou/apóia pra tomar essa decisão! :-)

13 comentários:

Unknown disse...

bem legal seu depoimento. O começo sempre é dificil, mas depois você pega o ritmo e vai longe.
Acredito que para mulher é mais complicada a vida ciclística, pois deve ter um monte de trogloditas mexendo com vocês (o maior motivo que minha namorada não pedala).

Parabéns e continue assim

Fourier disse...

Parabéns Laura, pela coragem!

Mas sempre que for pedalar, nunca faça o caminho que faria de carro. Faça uma rota com vias tranquilas e paralelas a grandes avenidas.

Se precisar de ajuda, jogue na lista.

Parabéns por ter conseguido subir todos os morros. Subir é bom, pois a sensação de vitória é recompensadora.

E vc vai se acostumar com os 5 segundos, é natural, vc vai ver. E as buzinas sempre estarão ao seu lado.

Alexandre Afonso disse...

Parabéns Laura!
Ah.. se todo mundo passasse por isso para ter uma CNH, certamente você nunca teria ouvido uma buzinada dessas, afinal é obrigação desse ai que buzinou ou ficou te forçando, de te esperar e te proteger, mas um dia ele vai ler novamente as regras de trânsito e vai ver isso!
Continue pedalando que tu vai ver que mesmo com as buzinas, finas e fechadas, teu dia será muito mais leve do que quando você andava de carro por ai!

Drielle Alarcon disse...

Oi Laura, aqui é a Drielle, nós conversamos um pouco na bicicletada sobre bicicletas dobráveis e o "bonde do trabalho", lembra?

Fiquei muito contente ao ler o seu relato. A primeira experiência com a bicicleta na cidade costuma ser inesquecível mesmo...hehe.

E que bom que você teve força (e coragem!) para encarar as subidas na volta. A dor nas pernas no começo é normal e vem com um gostinho de "ié, eu consegui!". Com o tempo você vai ver que as subidas parecem cada vez menos íngremes.

Sobre as trocas de faixa, fique tranquila, no começo é um pouco difícil de fazer mesmo. São muitas coisas para controlar ao mesmo tempo: sinalizar, calcular o momento de entrar na faixa, calcular a distância que se deve abrir do caro da direita (para não levar um retrovisor por acidente), prestar atenção no carro parado na direita (para não ser surpreendida com um motorista abrindo a porta na hora errada), etc. Em suma, ultrapassagens são manobras meio complicadinhas no começo, mas depois você pega o jeito passa a fazê-las com naturalidade. Pode ter certeza. =)

No mais, é uma excelente notícia saber que a srta já está se aventurando nos pedais, espero que encontre a bicicleta certa para as suas necessidades e aguardamos ansiosamente a sua presença no bonde do trabalho!

Bjos,
Dri

Shadow disse...

Laura,

parabéns! O começo é assim mesmo, depois fica mais fácil, e as subidas ficam mais planas. E se buzinaram pelo menos eles te viram :)

Verônica Mambrini disse...

Fofa, fofa, FOFA!

Parabéns, menina! Que orgulho!

Já mando as infos que vc pediu, tá?

Unknown disse...

Aeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Isso aí moça, força na peruca!!!!!

Meus parabéns mesmo.

beijos

Camila disse...

Laura, parabéns pela iniciativa, sei bem o que vc está sentindo, essa sensação de liberdade, de que é possível fazer diferente, parabéns mesmo!

bjs

Mig disse...

Oi Laura!

Legal ter registrado com tantos detalhes suas primeiras impressões. Com o tempo, a gente vai se acostumando e integrando no trânsito e já nem lembra mais como era mais difícil. Nessas horas, é bom voltar a ler estas primeiras impressões para manter a necessária prudência no trânsito.

Mas a sensação de "eu posso" não tem preço mesmo!

Parabéns, bjs,

Mig

Fontes disse...

Parabéns pela coragem! E subir isso tudo que você subiu no primeiro dia de bicicleta é coisa pra se orgulhar mesmo!

Mas é como o pessoal já falou, na décima pedalada você nem repara mais se é subida ou descida, você só vai.

Bem-vinda a uma nova cidade, Laura. E aproveita essa semana que as amoreiras estão abarrotadas.

Rafiuts disse...

AAAEEE LAURA,

muito bom mesmo, espera para ver quando vc usar mais a bike e perceber q pode controlar o tempo, de bike vc vai sempre chegar nos lugares no mesmo tempo já com o carro nunca se sabe, pode ser 10 minutos ou 3 horas.

como dizem em curitiba, "tem q pedalar para não infartar"

bjos

bobmacjack disse...

Puxa, me emocionei com seu relato! Parabéns é pouco! Aplaudindo de pé.

Quanto às buzinas... perdoai-os, eles não sabem o que estão perdendo.

Bruno C. Morino disse...

Parabens moça, muito legal ver mais pessoas querendo usar a bike como meio de transporte, e realmente o asfalto da cotoxó é do mal, ali na frente da euroville é uma piada, o que faço é desviar pra av. pompéia que é lisinha

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